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ANÁLISE-Sem Mandela, África do Sul deve agora encarar a si mesma

QUNU, África do Sul - Apenas algumas horas depois do funeral de Nelson Mandela, o céu escureceu na região no sul da África do Sul onde ele foi enterrado, e veio uma chuva forte, que representa um sinal positivo para a democracia jovem, agora sem o seu fundador, de acordo com os locais.

 

Se no Ocidente nuvens baixas significam problemas, na cultura tradicional sul-africana elas são vistas como uma bênção, símbolo da boa sorte, especialmente num funeral, quando indicam uma passagem tranquila para o mundo dos ancestrais.

 

Isso não significa que a África do Sul tem um céu claro pela frente. Como uma economia emergente de porte médio, o país ainda sofre com os efeitos da crise financeira global e luta para se recuperar da recessão de 2009, a primeira desde o fim do Apartheid em 1994.

 

A África do Sul também não se livrou dos problemas peculiares deixados por três séculos de dominação branca - crime, desemprego, educação de má qualidade, desigualdades social e racial.

 

No entanto, a distância percorrida nas duas décadas desde que Mandela assumiu como o primeiro presidente negro do país até a sua morte, aos 95 anos, em 5 de dezembro, é imensa e irreversível.

 

A economia triplicou de tamanho, e o número de lares com eletricidade subiu de cerca de 50 por cento das casas para 85 por cento.

 

Mais ainda, Mandela, que de forma deliberada governou por apenas um mandato, deixou como legado instituições fortes, de uma imprensa livre até um Judiciário independente, e uma Constituição progressista e respeitada.

 

A sua morte agora deve reforçar um sentimento de que o país de 53 milhões de habitantes deve procurar as próprias suas respostas, em vez de se voltar instintivamente para a agora ausente figura de Mandela ou culpar o apartheid pelos problemas.

 

"Não podemos mais dizer que a culpa é do apartheid", disse em abril o ex-ministro das Finanças Trevor Manuel, declaração que causou polêmica na época.

"Temos que levantar todas as manhãs e reconhecer que temos responsabilidade. Nós somos responsáveis por nós mesmos."

 

SEM VILÕES E HERÓIS

 

Tirando um ou dois problemas, os dez dias de cerimônias, velório e funeral de Madiba, nome de clã de Mandela, passaram com tranquilidade e dignidade.

 

Contrariando as previsões de uma pequena minoria de brancos de direita, a morte de Mandela não causou histeria em massa, as pessoas compareceram ao trabalho, e os temores de conflitos raciais não se materializaram.

 

Os mercados não se abalaram, refletindo o quanto a África do Sul já tinha se conformado de que Mandela era mortal, tendo acompanhado o seu envelhecimento.

 

A sua morte tampouco deixou um vazio na rotina do país, tendo ocorrido uma década depois que ele saiu oficialmente da vida pública, dizendo numa entrevista à imprensa: "Não me chamem, eu chamo vocês."

 

A sua última aparição pública havia sido em 2010, durante a Copa do Mundo no país. Dessa forma, o significado da sua morte é mais simbólico do que real.

 

"É este o momento em que a história da África do Sul de fato começa?", indagou o editoral de uma revista sul-africana. "Nossos vilões míticos e nossos grande heróis se foram, e nós entramos numa outra era."

 

A ocasião pode ter o seu efeito mais profundo no Congresso Nacional Africano (CNA), o movimento de 101 anos que governa a África do Sul desde o fim do apartheid, mas que agora precisa buscar os votos dos que não viveram o governo de minoria branca.

 

Com eleições nos próximos meses, o partido viu na morte de Mandela uma oportunidade para aumentar a sua popularidade, apoio que está em declínio mesmo entre a maioria não branca do país.

 

No entanto, o tiro saiu pela culatra, à medida que o foco em Mandela destacou as diferenças entre ele o atual presidente, atingido por escândalos, Jacob Zuma.

 

Numa humilhação pública, Zuma foi vaiado na cerimônia em memória a Mandela, na presença de líderes

mundiais.

 

O CNA classificou o episódio como uma "pequena mancha", mas as pesquisas sugerem que a impopularidade de Zuma está crescendo.

Mandela é  Último Grande Libertador do Século XX

Barack Obama-O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez um longo discurso, com frequência interrompido por aplausos, durante a cerimônia religiosa oficial de despedida Nelson Mandela em um estádio em Johanesburgo, terça-feira última. Obama, que se encontrou com Mandela uma única vez, em 2005, lembrou a trajetória do falecido líder sul-africano e saudou a sua importância para o mundo. 

 

"É uma honra singular estar aqui hoje para celebrar uma vida como nenhuma outra", disse Obama, que foi ovacionado ao ser chamado para discursar no FNB Stadium. "África do Sul, pessoas de todas as raças, o mundo agradece a vocês por compartilhar Nelson Mandela. A luta dele foi a nossa luta. O seu triunfo foi o nosso triunfo". 

 

Lembrando a história de Mandela e da África do Sul, Obama afirmou que "Madiba emergiu como o último grande libertador do século XX". Ele também comparou Mandela a grandes líderes mundiais e americanos como o Gandhi, Martin Luther King e Abraham Lincoln. "Ele liderou um movimento de resistência, como Gandhi, que não tinha grandes perspectivas no início", diz ObamaObama, que assim como Mandela foi o primeiro presidente negro de seu país, lembrou Mandela como um ícone moral e que suas ações e ideias foram exemplos para o mundo todo. "Mandela disciplinou sua raiva e a canalizou em ações. Ele aceitou as consequências de suas ações", disse Obama. "Mandela entendeu que as ideias não podem ser contidas por muros de prisões. 'Mandela faz-me querer ser um homem melhor', diz Obama em discurso Ele também saudou o papel de Mandela na reconciliação entre brancos e negros sul-africanos após o fim do apartheid e ao assumir a presidência do país, em 1994. "Há uma palavra na África do Sul - Ubuntu - que descreve seu grande presente: seu reconhecimento de que todos nós estamos ligados de um jeito que é invísivel aos olhos", disse Obama, recebendo prontamente uma grande ovação do público.

Europa Pode Demorar a Recuperar a Confiança nos EUA

Espionagem Americanas-Depois das alegações de que os Estados Unidos espiaram países que são seus aliados, vai demorar algum tempo até que as relações transatlânticas voltem a ser as mesmas. O problema não vai desaparecer da noite para o dia. Em Washington a Euronews ouviu, sobre esta questão, Annette-Heuser, Diretora Executiva da Fundação Bertelsmann: “A questão com a Chanceler alemã foi tão evidente que esta se sentiu confortável para telefonar ao Presidente dos EUA para se queixar e isso é muito sério. É um escândalo que não vai desaparecer de um momento para o outro e vai manter-se na ordem do dia nas relações transatlânticas durante algum tempo.”

 

Segundo a imprensa britânica, em 2006, a Agência de Segurança Nacional americana encorajava altos funcionários da Casa Branca, do Pentágono e de outras agências a partilharem os seus contactos para que os números de telefone dos líderes estrangeiros fossem colocados nos seus sistemas de vigilância.

 

Numa cidade obcecada com a segurança nacional e que teme ataques terroristas, tudo parece ser tolerado, mesmo entre amigos. O problema é que esse tipo de operações secretas podem ferir gravemente a confiança entre os Estados Unidos e a Alemanha, a França, o Brasil, o México e possivelmente outros países.

  

 

Governo angolano deixa de considerar prioritária cooperação com Portugal

 

Moçambique: UE manifesta preocupação com situação e apela ao diálogo

Angola- Angola deixou de considerar prioritária a cooperação com Portugal, anunciou quarta-feira passada em entrevista à Televisão Pública de Angola (TPA) o ministro das Relações Exteriores angolano, que elegeu a África do Sul, China e Brasil como alternativas.

 

"Angola vai olhar para outros horizontes e vai pensar a sua política externa com outras prioridades. Temos outros parceiros também ou muito mais importantes", salientou Georges Chikoti.

 

Quanto à realização da primeira cimeira luso-angolana, inicialmente prevista para o final deste ano e adiada para Fevereiro de 2014, o chefe da diplomacia angolana disse não ter "muita certeza" sobre a sua realização.

 

A entrevista, com excertos transmitidos no principal serviço de notícias da televisão estatal angolana, foi integralmente transmitida quarta-feira passada, ao fim da noite, no novo programa TPA Global.

 

Georges Chikoti considerou ainda que "tem que haver por parte de Portugal algum respeito por entidades angolanas e talvez conseguir gerir bem esta relação, que não tem sido realmente a prática".

 

"E isso também afecta a elaboração de uma parceria estratégica porque, por parceria estratégica, queremos fazer muito mais do que aquela que temos (...) e o clima político não permite justamente a elaboração de uma política (de parceria estratégica) como essa", frisou.

 

Em meados de Setembro, o ministro dos Negócios Estrangeiros português pediu desculpa a Luanda por investigações do Ministério Público português a empresários angolanos. Rui Machete disse à Rádio Nacional de Angola (RNA) que as investigações não eram mais do que burocracias e formulários referentes a negócios de figuras do regime angolano em Portugal.

 

Na semana passada, no discurso do estado da nação, o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, afirmou que o actual clima político entre os dois países “não aconselha à construção da parceria estratégica antes anunciada".

 

Na reacção, de surpresa, o Governo português declarou acreditar na realização de uma cimeira com Angola a médio prazo.

 

No mesmo dia, em Luanda, fonte da Presidência disse ao PÚBLICO que não havia informação sobre eventual nova data para uma cimeira anunciada para Fevereiro no final de uma visita a Angola, há duas semanas, do secretário de Estado da Cooperação e Negócios Estrangeiros, Luís Campos Ferreira.

 

Durante a cimeira ibero-americana, no Panamá, neste fim-de-semana, o Presidente português, mostrou-se convencido de que "mal-entendidos" entre Portugal e Angola e "eventuais desinformações" vão ser ultrapassados e que os dois países vão fortalecer o seu relacionamento. Os gabinetes das presidências dos dois países estiveram em contacto após o discurso de Eduardo dos Santos e "a conversa correu bem", disse Cavaco Silva.

 

No último sábado, o semanário Expresso noticiou que o Ministério Público português recusou por três vezes arquivar processos relativos a Angola, a última há pouco mais de 15 dias e vai prosseguir com as investigações. Explicava também que os processos não têm prazos para acabar nem arguidos.

 

Moçambique--A União Europeia está a seguir de perto e com preocupação os acontecimentos em Moçambique e apela ao "diálogo pacífico e inclusivo" entre as partes, disse o porta-voz da chefe de diplomacia europeia.

 

Numa declaração, Michael Mann, porta-voz da Alta Representante da União Europeia e vice-presidente da Comissão Europeia para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Catherine Ashton, disse que "a UE está a seguir de perto os acontecimentos em Moçambique e a tentar ter uma melhor compreensão do que se passa no terreno".

 

"Estamos preocupados com as notícias dos recentes confrontos entre a Renamo e o exército nacional, que resultaram na perda de vidas humanas e destruição de propriedade, e que estão a levar a um clima de insegurança para a população civil", afirmou Michael Mann.

 

O porta-voz indicou que "a UE reitera que apenas um processo político com vista a consolidar a paz e a reconciliação em Moçambique pode promover um desenvolvimento sustentável do país", razão pela qual a União apela a "um diálogo pacífico e inclusivo" entre todas as partes, como "a única forma de resolver as diferenças políticas e reforçar o processo democrático". 

 

Moçambique vive a sua pior crise política e militar desde a assinatura do Acordo Geral de Paz (AGP) em 1992, após o exército moçambicano ter desalojado o líder da Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), principal partido da oposição, Afonso Dhlakama, da base onde se encontrava aquartelado há mais de um ano, no centro do país.

 

Afonso Dhlakama e o secretário-geral da Renamo, Manuel Bissopo, fugiram para local incerto, enquanto as forças de defesa e segurança moçambicanas mantém a ocupação da residência do líder do movimento, em Sandjunjira, na província de Sofala.

Bruxelas - A Comissão Europeia saudou a reabertura da Administração Federal dos Estados Unidos da América e o fim do bloqueio orçamental das últimas semanas, considerando que esta "é uma boa notícia para a economia global".

 

Durante a habitual conferência de imprensa do meio-dia da Comissão Europeia, em Bruxelas, o porta-voz do comissário europeu dos Assuntos Económicos, Simon O'Connor, disse que sempre houve a expectativa de que "a responsabilidade imperasse" e que a notícia "é muito bem-vinda".

 

"Congratulamo-nos pelo acordo ter sido alcançado (...) é um acordo importante para a economia global e para a recuperação também aqui na Europa", declarou Simon O'Connor.

 



 

  

Acordo nos EUA é "boa notícia para a economia global" - Comissão Europeia

 

  

União Europeia apoia Guiné-Bissau com mais 10 milhões de euros

Guiné-Bissau-A União Europeia vai aprovar um programa de ajuda alimentar e de apoio ao desenvolvimento da Guiné-Bissau, num montante superior a 10 milhões de euros, anunciou segunda-feira em Bissau a delegação da União Europeia junto da Guiné-Bissau.

 

O programa “Acções Integradas em Nutrição e Desenvolvimento Agrícola (AINDA)” combina “acções de emergência e estratégias de desenvolvimento sustentável”, refere o comunicado divulgado pela delegação da União Europeia.

 

Numa primeira fase de três anos, o programa pretende assegurar o fornecimento de alimentos “a crianças, mulheres grávidas e doentes de tuberculose, a nível dos centros de saúde nas tabancas [aldeias], dos centros de recuperação e das escolas”.

 

Numa segunda fase, o programa prevê a promoção e apoio à fileira do caju, produto agrícola que representa o principal rendimento da maioria das famílias guineenses.

 

O objectivo é incrementar a capacidade financeira da população, promover o aumento e a diversificação da produção de alimentos e a criação de pequenos animais para promover um desenvolvimento socio-económico sustentável.

 

O projecto UE – AINDA complementa “outras acções já em curso financiadas pela UE para melhorar a produção, a transformação, a comercialização e a diversificação dos produtos locais”, concluiu a representação europeia em Bissau.

EUA: Republicanos sem acordo interno sobre projecto da dívida

 

 

 

EUA-Após uma longa reunião, o presidente da Câmara de Representantes (câmara baixa do Congresso norte-americano), o republicano John Boehner, afirmou aos jornalistas que os membros da força política não tinham alcançado um acordo interno.

 

"Não tomámos qualquer decisão sobre o que vamos fazer", afirmou Boehner, assumindo, na mesma ocasião, o compromisso de "trabalhar" com os representantes das duas fações políticas, republicanos e democratas, para "tentar encontrar uma forma de avançar ainda hoje".

 

Vários meios de comunicação social norte-americanos divulgaram hoje que os republicanos da Câmara de Representantes estavam a trabalhar num plano que autorizava o financiamento temporário da administração norte-americana (orçamento federal) até 15 de janeiro de 2014 e o aumento do teto da dívida pública até ao próximo dia 07 de fevereiro. Como contrapartida, os republicanos propunham atrasar a aplicação de um dos impostos previstos na reforma do sistema de saúde, patrocinada pelo Presidente norte-americana e conhecida como Obamacare, durante dois anos.

 

Esta reforma do sistema de saúde tem sido o principal ponto de discórdia entre democratas e republicanos.

A Casa Branca recusou de imediato este plano, com a porta-voz adjunta Amy Brundage a definir o projeto-lei como uma "tentativa partidária de apaziguar um pequeno grupo de republicanos do 'Tea Party' [a ala mais conservadora da força política] que forçou o encerramento da administração federal".

 

Segundo fontes do partido Republicano citadas pela estação de informação norte-americana CNN, Boehner não conseguiu reunir os apoios suficientes para votar hoje o projeto, como tinha inicialmente previsto. Este projeto-lei estava a ser elaborado em paralelo com a proposta bipartidária que está a ser desenvolvida com os democratas no Senado (câmara alta do Congresso norte-americana). A administração liderada pelo Presidente Barack Obama confia no êxito desta proposta bipartidária em negociação no Senado.

 

O chefe de Estado norte-americano vai hoje reunir-se com vários congressistas democratas para garantir o maior apoio possível caso esta proposta seja enviada e votada na Câmara de Representantes.

A paralisação parcial da administração federal norte-americana, devido à falta de um acordo orçamental no Congresso entre democratas e republicanos, entrou hoje no 15º dia.

O limite máximo da dívida autorizado pelo Congresso norte-americano é de 16.699 biliões de dólares (12.329 mil milhões de euros).

 

Este limite foi ultrapassado a 17 de maio e, desde então, o Departamento do Tesouro tem coberto os compromissos através de manobras contabilísticas, atrasos nos pagamentos e transferências de fundos fiduciários que se esgotam na próxima quinta-feira (dia 17 de outubro).

  

Analista político comenta relação África/Tribunal Penal Internacional

  

 

 

Análise-O analista de política internacional, Belarmino Van-Dúnem, é de opinião que, as relações entre a África e o Tribunal Penal Internacional devem ter uma acção abrangente e que trabalhe em prol da segurança internacional.

 

Para Belarmino Van-Dúnem, que falava domingo, 13 de Outubro de 2013, em Luanda, à RNA, “o que queremos é que os estados africanos possam encontrar um meio-termo, para que de facto o TPI continue a trabalhar, em prol da paz e da justiça internacional, sobretudo, com ênfase nos direitos humanos”.

“Se o TPI, neste momento, ficar fragilizado e ficar sob tutela única e exclusivamente dos países ocidentais, poderá ser pior, porque o procedimento de uma queixa, não pressupõe que o estado seja membro, o que quer dizer que, ainda que os estados africanos se retirem em massa continuaram a sofrer a pressão do TPI, porque é um órgão que têm o endosso das Nações Unidas”, frisou.

O analista de política internacional disse, ainda, que “se uma organização não governamental, ou um Estado, decidirem interpor uma queixa, desde que essa queixa tenha provas documentais, contundentes e com testemunhas, o país, ou a personalidade em causa, fica sob mandato de captura, caso o juiz o achar”.

    

Impasse nos EUA Perto do Fim

EUA-A paralisação nos serviços públicos dos Estados Unidos pode estar perto do fim. A administração Obama começou as negociações com os republicanos na Câmara dos Representantes para acabar com o braço-de-ferro que faz com que grande parte dos serviços do Estado esteja fechada há dez dias.

 

 

 

O presidente da Câmara dos Representantes, John Boehner, acredita num desfecho positivo: “É altura de mostrar capacidade de liderança. Temos de começar estas negociações e esperar que o presidente as veja como uma oportunidade de encontrar uma posição que esteja a meio caminho do que ele exigiu para que as negociações pudessem começar”.

 

 

 

Os republicanos abandonaram uma grande parte das exigências a propósito da reforma do sistema de saúde. As duas partes procuram agora um consenso para poder aumentar o teto da dívida e prolongar a possibilidade de financiamento do Estado para lá da data limite de 17 deste mês: “O presidente está feliz por os espíritos parecerem agora mais calmos na Câmara dos Representantes. Pelo menos, pelo facto de todos reconhecerem que o incumprimento não pode ser uma opção”, disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.

 

 

 

A perspetiva de uma resolução rápida para este caso teve já um efeito positivo nos mercados. A bolsa de Wall Street teve o maior ganho desde Janeiro. O Dow Jones fechou a subir 2,2%.

 

 

 

 

 

  

ONU Processada Por Surto de Cólera no Haiti

 Haiti-A ONU foi processada por espalhar uma epidemia de cólera no Haiti. Uma queixa coletiva contra as Nações Unidas foi apresentada num tribunal de Nova Iorque. A estirpe que matou mais de 8300 pessoas desde outubro de 2010 terá sido introduzida no Haiti por ‘capacetes azuis’ nepaleses que estiveram estacionados em Mirebalais, no centro do país. Nos últimos 3 anos, o surto de cólera terá afetado cerca de 680 mil pessoas no Haiti.

    

CAVACO SILVA: " DUVIDO QUE OUTROS PAÍS TENHA MAIS TRANSPARÊNCIA E ESCRUTÍNIO DO QUE PORTUGAL"

Portugal- PORTUGAL vive uma crise económica quase sem precedentes, tendo registado uma contração homóloga de 4% no primeiro trimestre depois de dois anos consecutivos de forte recuo, um exemplo da crise que a União Europeia atravessa. O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, aceitou falar à Euronews sobre os ventos adversos que sopram na Europa.

 

 

 

Euronews – O Senhor Presidente acompanhou a construção europeia de perto. Foi primeiro-ministro de Portugal durante dez anos e agora cumpre o segundo mandato presidencial. Na sua opinião o que é que levou Portugal a esta situação económica?

 

 

 

C. Silva – Nós chegámos a uma situação em que tínhamos acumulado um excesso de dívida externa na sequência de facilidades que a zona Euro criou ao endividamento quer do Estado, das empresas, dos Bancos e que acabaria por se traduzir no endividamento das famílias. De alguma forma podemos dizer que na sequência da crise financeira que foi despoletada nos EUA em 2008, a primeira reação das autoridades europeias talvez não tenha sido a mais realista, na medida em que na primeira fase os países foram aconselhados a aplicar políticas expansionistas, isto é, continuar a endividar-se. Só mais tarde é que se tomou consciência de que havia limites ao aumento do endividamento por parte de alguns Estados Membros da União Europeia.

 

 

 

Euronews – A União Europeia tem falhado na gestão da crise?

 

 

 

C. Silva – O que eu diria é que a União Europeia – e neste momento isso tornou-se óbvio – falhou no que diz respeito à promoção do crescimento económico e à criação de emprego. Alguma coisa falhou na política económica da União Europeia como um todo mas também nas políticas económicas dos Estados Membros.

 

 

 

EURONEWS – Recentemente foi publicado um relatório em que o Fundo Monetário Internacional reconhece erros relevantes no primeiro programa de ajustamento da Grécia. Se acontecesse com Portugal qual seria a sua reação, como governante?

 

 

 

C. Silva – É chegado o tempo de refletir sobre se a composição e o papel da Troika é adequado nesta fase de implementação dos programas de ajustamento. É a opinião pessoal, que devemos refletir sobre se a responsabilidade não deve ficar inteiramente nas instituições europeias, quer no desenho, acompanhamento ou nos ajustamentos, na medida em que os objetivos da União Europeia são bem diferentes dos objetivos do Fundo Monetário Internacional (FMI).

 

 

 

Euronews – O que é preciso fazer para que o projeto europeu ganhe novamente credibilidade aos olhos dos cidadãos?

 

 

M. Santos – Em primeiro lugar é necessário tentar responder à preocupação maior: o desemprego. E tem vindo a ser desenhado um programa para responder ao desemprego jovem. Mas para além disso a UE tem que dotar-se de novos instrumentos porque os que vêm do passado não são suficientes para responder às preocupações do presente e do futuro. Daí a importância de criar a união económica e monetária, na vertente orçamental, económica e bancária. E o passo mais importante, quanto a mim, é criar uma união bancária porque isso contribuiria para melhorar as condições de financiamento das empresas dos diferentes países da União Europeia, da Zona Euro em particular.

 

 

 

Euronews – Os memorandos da “troika” devem ser cumpridos cegamente mesmo sem respeitar os povos e com eventualmente algumas consequências?

 

 

 

C. Silva – Bom, não é isso que tem vindo a acontecer, na medida em que têm vindo a ser feitos alguns ajustamentos nos programas. Como repara, tem sido concedido mais tempo para os países saírem da situação dos défices excessivos – o caso de Portugal e outros países, os casos da França, da Espanha e outros – portanto temos de reconhecer que, de alguma forma, as coisas estão a mudar nas instituições europeias, no conjunto dos Estados membros. Eu acho que os programas de ajustamento não podem nesta fase particular deixar de atribuir uma prioridade maior ao crescimento e à criação de emprego, caso contrário, o divórcio entre cidadãos europeus e os líderes acentua-se ainda muito mais, o que é uma preocupação, até neste momento, em que nos aproximamos de eleições europeias em 2014.

 

 

 

Euronews – Em Portugal todos os setores da sociedade pedem a demissão do governo. O Senhor privilegia a estabilidade, obviamente, tem uma tarefa difícil… esse apoio político é ilimitado?

 

 

 

C. Silva – O Presidente da República não governa e não é responsável nem tão pouco corresponsável pelas políticas do governo. O governo responde perante o parlamento. A falta de confiança do Presidente da República não é razão, de acordo com todos os constitucionalistas, para a demissão do governo. O Presidente da República tem o poder de dissolver a Assembleia, mas como sabe, em Portugal chama-se a essa decisão uma bomba atómica.

 

 

 

Ora, as bombas atómicas não se utilizam de ânimo leve e eu tenho tido a preocupação de estudar e analisar muito bem a situação portuguesa. A minha convicção em resultado de toda a informação que tenho – e tenho muita informação – de todo os estudos que tenho feito, é que se Portugal tivesse neste momento uma crise política, então voltaríamos a uma situação muito pior do que aquela que em que nos encontramos agora.

 

 

 

Euronews – Esta é uma pergunta que muitos portugueses fazem. Desde o desastre económico e financeiro do Estado português até à gestão ruinosa das empresas públicas poucas pessoas ou mesmo ninguém é responsabilizado judicialmente… Porquê? Há algum problema com a justiça?

 

 

 

C. Silva – Eu penso que essa ideia não pode ser generalizada. É óbvio que está em vias de ser resolvida – assim esperamos – alguma crise na justiça, principalmente no que diz respeito à celeridade dos processos. Mas num inquérito feito, não há muito tempo, vários empresários reconheciam que a nossa justiça é justa e por isso acho que não é correta a ideia que me acaba de transmitir. Até porque a transparência da vida pública em Portugal é muito forte.

 

 

 

Euronews – Mas há ideia de um certo sentimento de impunidade de alguns governantes…

 

 

 

C. Silva – É capaz de apresentar um caso? Uma coisa é falar em termos gerais. Os governantes, hoje em Portugal, são objeto de um escrutínio permanente por parte da comunicação social – e ainda bem – por parte da opinião pública. Eu duvido que noutro país tenha mais transparência e escrutínio do que aquele que se verifica neste momento em Portugal.

 

 

 

Euronews – Se pudesse voltar atrás aos tempos de primeiro-ministro, mudaria alguma coisa nas suas políticas de integração?

 

 

 

C. Silva – Eu acho que a nossa adesão, os primeiros dez anos não só consolidaram a nossa democracia, mas deram também um contributo notável para o desenvolvimento do país. Como sabe, Portugal entrou na União europeia com um rendimento per capita de 53% da média europeia. E passados 10, 15 anos, isso estava em 75%. Nunca ao longo da nossa história, num espaço tão curto, se conseguiu uma recuperação tão grande num nível de desenvolvimento do país.

 

 

 

Euronews – Mesmo na Agricultura, mantinha todas as políticas?

 

 

 

C. Silva – Eu diria que essa é talvez a parte de que mais me orgulho. Porque conseguimos a reforma da PAC, antes a nossa agricultura tinha uma produtividade baixíssima. Os agricultores tinham um nível de vida muito baixo e hoje Portugal tem uma autossuficiência de 81%, os nossos agricultores modernizaram, reconverteram as suas operações e estão a dar um contributo… É atualmente o setor que maior crescimento regista na economia portuguesa. Fonte: Euronews

 

    

Primeiro-ministro da Líbia foi Raptado

 

Líbia-O primeiro-ministro da Líbia foi raptado na madrugada desta quinta-feira por homens armados ainda não identificados. Ali Zeidan encontrava-se num hotel da capital, Tripoli, quando foi levado por homens armados. Cerca de 24 horas antes deste rapto, o escritório do primeiro-ministro líbio foi assaltado por soldados que exigiam o pagamento de vários meses de salário em atraso.

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